Notícia SINASEFE IFSul

17 de maio 2023

Sinasefe-IFSul participa do Encontro Regional Sul do Sinasefe

Sinasefe-IFSul participa do Encontro Regional Sul do Sinasefe A delegação do Sinasefe-IFSul participou, entre os dias 21 e 23 de abril, do Encontro Regional Sul do Sinasefe, em Florianópolis. A atividade, realizada no Hotel Cambirela, em Florianópolis-SC, contou com a participação de 11 seções sindicais e debateu temas como conjuntura, carreira e políticas educacionais. Com 18 representantes, a seção IFSul teve a maior delegação do evento. Este foi o primeiro Encontro Regional Sul do Sinasefe realizado após o início da pandemia de Covid-19. A delegação do Sinasefe-IFSul foi escolhida em assembleia geral da categoria e abriu vagas para participantes de todos os campi que compõem a base da seção. Primeiro dia: Mesa de abertura O Coordenador de Administração e Finanças da Seção IFSC, Paulo Henrique de Amorim, abriu os trabalhos, juntamente com a Coordenadora da Pasta de Pessoal (aposentados), Sônia Regina Adão. Em seguida, a palavra foi aberta para informes e apresentação do SINASEFE e das demais Seções da região presentes no evento. Os coordenadores do Sinasefe-IFSul, Ruti Oliveira (pasta de ação) e Roberto Vieira Jr. (Organização) apresentaram os informes da seção e destacaram a importância deste momento e do tema proposto pelo encontro "Unidade, organização e luta".A conferência de abertura, com o tema “O avanço das políticas neoliberais na educação da América Latina”, contou com as contribuições do Secretário Geral da Confederação dos Educadores Americanos (CEA), Fernando Rodal. Ele é docente de Ciências Físico Químicas da Universidad del Trabajo del Uruguay/UTU, coordenador geral do Foro por la Educación en Iberoamerica e representante da CEA junto ao Parlamento Latinoamericano e Caribenho (Parlatino).Em sua fala, ele fez um histórico e traçou um panorama geral da formação e desenvolvimento das reformas neoliberais na América Latina, com reflexos diretos na mercantilização da educação e na necessária luta em defesa do ensino público no continente. Durante as intervenções, o coordenador do Sinasefe Nacional e filiado do Sinasefe-IFSul, Manoel Porto Jr., destacou a importância da CEA na luta contra o neoliberalismo, que precisa ser uma luta internacional. Ele também lembrou que o Brasil é o país em que mais se desenvolve a mercantilização da educação e também o país em que menos discutimos essa dimensão internacional do neoliberalismo na educação. A segunda mesa do primeiro dia de evento foi coordenada pelas diretoras da Seção IFSC, Elenira Vilela e Fernanda Rosá, e dedicada à análise da conjuntura política e econômica nacional e internacional.  O debate contou com a participação de representantes de três partidos: Edmilson Costa (PCB), Raul Pont (PT) e Vera Lúcia (PSTU). Após as falas, as(os) participantes do encontro tiveram a oportunidade de fazer perguntas e colocações a respeito da visão que cada um apresentou sobre o momento atual vivido pelo mundo, especialmente no Brasil. Edmilson Costa (PCB) afirmou que é preciso fazer a luta de classes e apresentar e disputar espaço pelo atendimento das demandas populares que elegeram Lula. Já Raul Pont (PT) defendeu que o nosso principal desafio é que o campo social e democrático que garantiu a vitória do Lula tenha consciência de que o único problema não é conseguir eleger, mas ter um programa político, social e que vai estar na dianteira dos nossos debates na educação, na política e nas organizações sociais e populares. Para isso, de acordo com Pont, é preciso união, "não podemos seguir indo para eleições com duas ou três chapas do campo popular. Assim como acho que não podemos ter 8 ou 10 centrais sindicais", finalizou. Já Vera Lúcia (PSTU) destacou a desigualdade social extrema ainda tão presente na América Latina e questionou "que interesse tem um banqueiro em ter uma escola? Certamente não é garantir a educação para filhos da classe trabalhadora, mas vender educação para quem pode pagar!".
Segundo dia: "Campanha de Filiação"A manhã do segundo dia do Encontro Regional Sul iniciou com a apresentação da Campanha de Filiação 2023 do Sinasefe Nacional. A mesa foi conduzida pela Coordenadora da Pasta de Pessoal TAE da Seção IFSC, Magali Inês Pessini, e a apresentação da campanha foi feita pela coordenadora geral do SINASEFE, Artemis Martins. Segundo a coordenadora, o objetivo maior é trazer mais servidores para o sindicato. E para isso, com o apoio da Coordenação de Comunicação, o SINASEFE elaborou uma campanha unitária, nacional, mas que permite adaptações pelas seções. A campanha de filiação é constantemente discutida e atualizada com a participação das direções das Seções por meio de reuniões periódicas.O coordenador de organização do Sinasefe-IFSul, Francilon Simões, destacou a urgência da campanha de filiação, pois esse é o momento de focarmos no fortalecimento do sindicato para as negociações dos próximos anos. Vivemos um momento único para os trabalhadores, derrotamos a extrema-direita nas urnas e temos a chance de recuperar, mesmo que em parte, as perdas e a precarização da carreira dos últimos anos. O coordenador destacou, também, que a seção IFSul há alguns anos tem organizado materiais para receber novos(as) filiados(as) e aproximar o sindicato da base, com kit de boas vindas e visitas periódicas aos campi. Manoel Porto Jr., lembrou também do histórico esforço da seção para manter os aposentados próximos ao Sindicato e atuantes, com encontros mensais voltados aos aposentados e que, além de um momento de descontração, são também espaços de aproximação e de formação política e sindical. 
Mesa 2: Debate políticas educacionais A mesa sobre políticas educacionais contou com as falas dos coordenadores da pasta de Políticas Educacionais e Culturais do SINASEFE Nacional: João Cichaczewki (secretário) e Manoel Porto Júnior (secretário-adjunto). Eles defenderam a necessidade de revogação do Novo Ensino Médio (lei nº 13.415/2017), inserindo a proposta pedagógica do Ensino Médio Integrado como referência para a etapa final da Educação Básica. E considerando a importância do Seminário Nacional de Educação (SNE) do SINASEFE, houve a indicação da reativação dos Grupos de Trabalho de Políticas Educacionais nas bases do sindicato, principalmente em virtude da 11ª edição do SNE ter previsão de realização até o final de 2023. O GT de Políticas Educacionais do Sinasefe-IFSul já está ativo e envolvido na discussão das propostas para a educação federal.Manoel Porto Jr., destacou que um dos temas mais relevantes para o debate atual é o da tecnologia e seu atravessamento na educação. Ele destacou que a tecnologia não é neutra e que, passivamente, temos aceitado que a política de ciência e tecnologia tenha sido totalmente voltada para a inovação e retirando cada vez mais das humanas e sociais, sempre nessa esteira de uma suposta neutralidade e, consequentemente, de uma suposta superioridade. Durante as intervenções do público, Francilon Simões, avaliou que a luta contra a reforma do ensino médio precisa ser ampliada e ser travada ao lado da rede estadual, que já está vivenciando os efeitos da reforma no cotidiano das escolas. 
Mesa 3: Carreiras TAE e Docente Coordenada pelos representantes da pasta de pessoal da Seção IFSC, Magali Pessini e Vitor Sales, a terceira mesa do segundo dia do encontro discutiu e aprofundou aspectos das carreiras dos TAEs e docentes. A proposta de carreira docente para a EBTT do sindicato nacional foi apresentada pelos integrantes da Comissão Nacional Docente (CND), Amália Leites e Antonildo Pereira. Eles fizeram um histórico da construção da proposta, explicaram a metodologia dos trabalhos dos GTs, detalharam a tabela salarial e deixaram claro que não há qualquer garantia de que o documento final sobre as carreiras se transformará numa nova lei, uma vez que isso está diretamente atrelado ao processo de negociação com o governo.Em seguida, foi a vez das(os) representantes da Pasta de Pessoal TAE do Sinasefe e da Comissão Nacional de Supervisão (CNS), Lucrécia Iacovino, Teresa Bahia e William Carvalho apresentarem a proposta de carreira dos técnicos. Eles fizeram um breve histórico sobre o trabalho da Comissão, falaram sobre os princípios que norteiam a proposta e explicaram os principais pontos da tabela salarial. Tanto docentes quanto técnicos deixaram claro que o fato do SINASEFE discutir propostas específicas para cada carreira não anula o principal objetivo do sindicato nacional, que é continuar lutando por uma carreira única da educação.A última apresentação da mesa foi feita pelo técnico-administrativo no IFSC campus São José, Marcos Dorval Schmitz. Ele fez um histórico sobre as origens das carreiras, lembrou as conquistas fundamentais da greve de 2001 e criticou a tática de negociação que privilegia os reajustes lineares em detrimento de propostas que poderiam diminuir as distorções e diferenças salariais entre docentes e técnicos. Ao contrário das outras mesas, o debate com as(os) participantes sobre as carreiras foi remetido diretamente para os trabalhos em grupos.
Terceiro dia: Plenária Final e Encerramento Na mesa de encerramento do Encontro Regional Sul do Sinasefe, que aconteceu na manhã de domingo, 23, os representantes da pasta de Pessoal da Seção IFSC, Magali Pessini e Vitor Sales, iniciaram os trabalhos chamando as(os) participantes a fazerem suas considerações finais a respeito das carreiras dos TAEs e Docentes. As propostas discutidas durante o encontro foram encaminhadas para a reunião do GT Carreira Nacional. A recomendação, no entanto, foi de que elas fossem também discutidas pelas respectivas bases das Seções. Outras proposições, relativas às políticas educacionais, conjuntura e organização sindical, poderão ser debatidas ainda nas Plenas e até nos seminários de educação do SINASEFE.As demais indicações apontadas durante o Encontro Regional Sul foram lidas numa mesa específica, dirigida pelo Coordenador de Administração e Finanças da Seção IFSC, Paulo Henrique de Amorim, e pela Coordenadora de Articulação nos Campus, Fernanda Rosá. Entre os pontos destacados na mesa final de sistematização, foi encaminhada a realização de encontros regionais semestrais( no máximo anuais); o fortalecimento dos fóruns de articulação do serviço público; o fortalecimento da CEA; a luta contra o ajuste fiscal; fortalecer a mobilização pela queda dos juros; a luta contra os concursos de 20h para docentes da rede; a revogação imediata do novo ensino médio; a abertura de mesas setoriais; e a luta permanente contra o fascismo e o nazismo na sociedade e no ambiente escolar. O indicativo é que um novo encontro regional sul seja realizado ainda neste ano de 2023, no segundo semestre, a partir do mês de setembro. O Sinasefe-IFSul manifestou disposição para sediar e organizar o próximo encontro regional. Após a mesa de sistematização, o microfone foi aberto para as considerações finais dos representantes das seções. Francilon Simões destacou que a luta precisa ser feita no dia a dia, dentro dos campi e não somente nas assembleias e plenárias. Ele avaliou que é preciso estar atento com as próximas mesas de negociação. "O governo tem interesse em amarrar a nossa negociação ao longo de quatro anos, pois isso nos paralisa discutindo carreira e não nos abre espaço para outros debates políticos", finalizou. Já Manoel finalizou destacando que é preciso levar a pauta do fim dos contratos de 20 horas para docentes da rede para o âmbito nacional. Essa pauta está diretamente ligada ao combate da precarização da carreira e das instituições federais. Por fim, reforçou a importância da luta pela redução de níveis na carreira, para que os servidores possam alcançar mais cedo o topo da carreira e, com isso, chegar em uma média salarial melhor para levar para a aposentadoria