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29 de novembro 2021

Secretaria de Educação recua e mantém Filosofia na grade das escolas municipais da Capital

Secretaria de Educação recua e mantém Filosofia na grade das escolas municipais da Capital As críticas da comunidade escolar contrárias à retirada da disciplina de Filosofia da grade curricular das escolas municipais de Porto Alegre parece ter dado resultado. Nesta quinta-feira (25), a secretária de Educação, Janaina Audino, concordou em manter a Filosofia na grade, formando um período semanal agregado a Religião, retirando assim o projeto de Espaço Filosófico, questionado por professores da rede por colocar a disciplina como facultativa.O calendário escolar e as mudanças curriculares implementadas pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) foram questionadas durante audiência virtual com a secretária Janaina. Além da exclusão da Filosofia e da inserção da Religião na grade curricular, a diminuição de carga horária das disciplinas de História e Geografia também foram discutidas.Autora da convocação da audiência, a deputada estadual Sofia Cavedon (PT) considerou importante a reinclusão da Filosofia na grade curricular. O encontro teve a participação da comissão de diretores de escolas, formada por Manoel José Ávila, Rosele Cozza Bruno de Souza e Sinthia Santos Mayer.
“A representação do fórum de diretoras e diretores foi ouvida nas contrariedades que têm em relação à proposta pedagógica que a Smed considerava final, em parte, mas em uma parte bem simbólica: a Filosofia volta para dentro do currículo e também dá conta dos objetivos da Religião, previstos na Base Nacional Comum Curricular”, explicou.Na audiência, ficou acertado que a secretária marcará nova reunião para rever a proposta de formação e de calendário. “Foi uma reunião muito positiva, fico muito feliz enquanto deputada de estar nessa construção e na escuta dessa rede que é tão protagonista de uma educação diferenciada”, afirmou Sofia.
Carga horáriaA manutenção da Filosofia na grade curricular foi bem recebida pelos professores da rede municipal. Entretanto, apesar da satisfação em ver a demanda ser ouvida pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), há dúvida se a carga horária permanecerá com dois períodos por semana, ou se ficará em um período por semana. A avaliação inicial é que se ficar em um período semanal, e ainda agregando o conteúdo de Religião, haverá perda.“Se for nessa condição, será ruim”, analisa Jacques Guimarães Schaefer, professor de Filosofia do município, acrescentando que o ensino religioso é facultativo, o que pode dificultar mais a situação.Em sentido oposto, Schaefer afirma que se ficarem mantidos os dois períodos semanais, haverá ganho de conteúdo com a inclusão dos objetivos previstos com a disciplina de Religião. “Se for em dois períodos, nós todos ganharemos com isso.””O professor explica ser benéfico trabalhar os objetivos da disciplina de Religião na perspectiva do respeito à liberdade de concepções, ao pluralismo de ideias e a compreensão do outro, como está sendo proposto pela Smed, e não em caráter doutrinário. “Se for assim, ótimo. Então conseguimos  e a secretária nos ouviu e demos um passo adiante.”

 Fonte: Sul 21 / Imagem: Canva