Reunião entre MEC e entidades representativas da UFRGS discute destituição de reitor
Na tarde desta segunda-feira (4), representantes do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFRGS, do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES) e do Sindicato dos Técnico-Administrativos (Assufrgs) participaram de uma reunião com a Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC) para iniciar o diálogo sobre a destituição do reitor Carlos Bulhões.Foi entregue uma cópia do parecer aprovado na última sexta-feira (1), pelo Conselho Universitário, que recomenda a saída do poder da chapa nomeada pelo governo Bolsonaro, e um dossiê sobre a influência política de Bulhões. Uma nova reunião com o ministro Camilo Santana foi encaminhada para o final de janeiro.O parecer aponta casos de censura na comunicação institucional da UFRGS, desrespeito a decisões dos conselhos, falta de cumprimento das funções da administração central, conflitos e judicialização de membros da comunidade universitária, desmonte de programas, falta de transparência e irregularidades na gestão de recursos, falta de gestão durante a pandemia e, ainda, ausência do reitor nos conselhos superiores.A chapa de Bulhões e Patrícia Pranke, sua vice, embora tenha ocupado o terceiro lugar nas eleições da UFRGS e na lista tríplice enviada para o governo federal, foi nomeada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2020, com mandato de quatro anos. À época, a indicação foi uma das pelo menos 15 oportunidades em que Bolsonaro decidiu pela nomeação de um reitor ou diretor de instituições federais de ensino que não liderava a lista tríplice ou sequer constava entre os nomes das consultas internas. Desde então, a administração da Reitoria vem sendo tratada como intervenção por grande parte do corpo discente, docente e por técnico-administrativos. O conselho já havia aprovado a retirada dos mesmos nomes da Reitoria em agosto de 2021. Contudo, ainda durante o governo Bolsonaro, o MEC arquivou o processo. Com a troca de governo, a expectativa da comunidade acadêmica é que o atual MEC possa acatar o pedido. Matheus Fonseca, estudante de Políticas Públicas da UFRGS e coordenador geral do DCE, relata que o objetivo da comitiva é para construir um cenário para que o MEC se sensibilize. “Nós estamos aqui para fazer pressão para que o Ministério da Educação acate a destituição. É muito importante que nossas universidades sigam tendo sua autonomia respeitada. Essa é a segunda vez que aprovamos o parecer de destituição de Bulhões, porém, da primeira vez o MEC ainda era comandado pelo governo Bolsonaro. Agora, esperamos que o Governo Lula respeite a UFRGS e destitua Bulhões”, destacou Matheus. Fonte: Sul 21 / Imagem: Divulgação UFRGS