Notícia SINASEFE IFSul

16 de maio 2023

Plataforma aponta áreas prioritárias de conservação e restauração no planeta

Plataforma aponta áreas prioritárias de conservação e restauração no planeta O Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) lançou no Brasil, em janeiro, e em nível internacional, em abril, a plataforma gratuita PLANGEA Web, que revela áreas prioritárias para conservação e restauração de ecossistemas para ajudar pesquisadores, governos e empresas a otimizar o planejamento estratégico do uso da terra e seus impactos socioambientais.No mapa interativo da PLANGEA Web, é possível escolher critérios para simular a priorização de áreas para conservação ou restauração em escala global ou nacional, otimizando os benefícios em conservação da biodiversidade, mitigação das mudanças climáticas e minimização dos custos econômicos.Baseada na meta da COP-15 de conservar 30% dos ecossistemas até 2030, a PLANGEA Web indica as áreas prioritárias para ações de conservação que podem resultar na redução de 65% das ameaças à biodiversidade. Isso representa uma otimização de 31% comparado a iniciativas fora das áreas prioritárias.Como exemplo, o IIIS aponta que a restauração de apenas 10% da área degradada da Amazônia de forma planejada, a partir de áreas prioritárias, reduziria em 25% o risco de extinção de 544 espécies e poderia gerar uma receita de até R$ 132 bilhões, com a comercialização de créditos de carbono. A maior parte das áreas prioritárias para restauração no mundo estão nas Américas do Sul e Central, na África Subsaariana e no Sudeste Asiático.Além do mapa com as áreas prioritárias em escala de 10% a 100% para ações de restauração ou conservação, a plataforma permite o download de gráficos, tabelas, imagens e relatórios com resultados da pesquisa, incluindo o acesso a dados matriciais.Neil Burgess, cientista-chefe do Centro de Monitoramento da Conservação Mundial do Programa da ONU para o Meio Ambiente (UNEP-WCMC, em inglês), acredita que a PLANGEA Web “pode ajudar a desenvolver estratégias nacionais para implementar o novo Marco Global de Kunming-Montreal para Biodiversidade adotado na COP-15”.Já para o diretor-adjunto do IIS, Paulo Branco, a plataforma “ampliará a capacidade de pessoas e instituições de avaliar áreas prioritárias para restauração e conservação de ecossistemas em nível nacional e global, permitindo decisões mais acertadas e sustentáveis em longo prazo, aspectos fundamentais para enfrentar os desafios das crises de clima e biodiversidade”.A PLANGEA Web é fruto de modelagem homônima de código fechado desenvolvida pelo IIS desde 2013 para quantificar benefícios ambientais e econômicos da mudança no uso da terra a partir da otimização multicritério no planejamento espacial. Essa modelagem permite personalizar métricas e projetos públicos e privados sob encomenda. Uma dessas iniciativas está relacionada à definição dos objetivos de restauração e produtividade dos países para contribuir para as metas da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), tratado da ONU e um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao meio ambiente. Outro exemplo, no âmbito do projeto GEF Terrestre, é o mapeamento de áreas prioritárias para recuperação ecológica no Pampa, na Caatinga e no Pantanal, usando critérios de priorização diferentes para cada região.
Sobre o IISFundado em 2009 no Rio de Janeiro, o Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) é um think-and-do-tank independente voltado para a compreensão da relação entre o ser humano e demais elementos da natureza. O Instituto desenvolve pesquisas, capacitações e ferramentas para promover uso sustentável da terra, em particular a conservação da biodiversidade, provisão de serviços ecossistêmicos, manejo sustentável do solo, mitigação e adaptação às mudanças climáticas e desenvolvimento socioeconômico das pessoas envolvidas nesses processos.O IIS tem participado e oferecido subsídios à Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CBD) e Mudanças Climáticas (UNFCCC) a governos nacionais e locais, assim como a organizações do setor privado, em processos com diferentes atores. Nos últimos 14 anos, foram mais de 25 projetos financiados por organizações como o Global Environmental Facility (GEF); a Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (NORAD); a Fundação Gordon & Betty Moore; o Ministério Federal Alemão do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear (BMU); o Global Challenges Research Fund (GCRF) do Reino Unido; o World Wide Fund for Nature (WWF); o Governo do Estado de São Paulo; o Instituto Serrapilheira, entre diversas outras.Com informações do Instituto Internacional para Sustentabilidade
Fonte: Sul 21 / Imagem: Divulgação PLANGEA