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11 de julho 2025

Manifestação protesta contra privatização da Trensurb e aumento de tarifa

Manifestação protesta contra privatização da Trensurb e aumento de tarifa Ato realizado nesta quinta-feira (10) na estação Mercado da Trensurb, em Porto Alegre, reuniu manifestantes contrários à privatização da empresa e ao aumento das tarifas para os usuários. A ação integra as atividades da mobilização nacional do dia 10 de julho, que tem entre suas principais pautas o fim da escala de trabalho 6×1 e a taxação das grandes fortunas.Metroviários, sindicatos e integrantes de entidades trabalhistas se concentraram dentro da estação de trem. Com faixas e bandeiras, os manifestantes cobraram uma ação do governo federal pela retirada da Trensurb da lista de estatais incluídas no Programa Nacional de Desestatização (PND), no qual a empresa está desde 2017.“O governo Lula já fez duas promessas de retirada da Trensurb da lista de privatizações e até agora não cumpriu”, afirma Ronas Mendes Filho, diretor do Sindimetrô RS. “Nas últimas semanas, nós tivemos a terceira promessa, de que a Trensurb sairia do PND em no máximo três meses. Então é essa a resposta que estamos agora aguardando do governo federal”, complementa.A manifestação também criticou o recente reajuste da tarifa do trem, que passará de R$ 4,50 para R$ 5,00 a partir de 12 de julho. Para os metroviários, o aumento acontece em meio à falta de investimentos em manutenção e ao enfraquecimento das condições de trabalho na empresa.“A gestão atual, ela se diz contra a privatização, porém a forma com que ela está gerindo a empresa não demonstra que, de fato, quer isso”, diz Ana Paula Almada, vice-presidente do Sindimetrô RS. “A gente não concorda com a forma com que a empresa vem gerindo a Trensurb nos últimos meses. A gente sempre se colou à disposição da empresa, afinal de contas, os trabalhadores daqui têm experiência de 40 anos. Em momento nenhum, a empresa aceitou esse auxílio técnico e de conhecimento dos trabalhadores”, relatou.Os manifestantes também denunciaram a situação da empresa após as enchentes de maio de 2024, que danificaram severamente a infraestrutura do sistema. Segundo o sindicato, as condições seguem comprometidas e os serviços ainda não foram totalmente restabelecidos, mais de um ano depois das cheias.Outro ponto da pauta foi o acordo coletivo de trabalho da categoria. Segundo os profissionais, eles seguem em negociação com a empresa, mas ainda não houve a definição de uma proposta. “Nós ainda não temos uma resposta sobre as cláusulas financeiras do nosso acordo coletivo que está em discussão”, diz Ronas Mendes. “E tudo isso impacta na qualidade dos serviços que a gente presta à população”, complementa.Lideranças sindicais e parlamentares também utilizaram o espaço para fazer críticas à administração da Trensurb. A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) e a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL) participaram do ato.“Se o Bolsonaro tivesse sido reeleito, a Trensub já teria sido privatizada. Então a gente sabe que foi importante eleger o Lula para dialogar, mas agora ele tem que cumprir sua promessa”, afirma Melchionna. “Nós seguimos exigindo isso do presidente. Temos uma audiência pública já aprovada que nós vamos fazer no segundo semestre e isso para nós é uma sinalização importantes de defesa do transporte público”, destaca a deputada.Luciana Genro também ressaltou sua preocupação com o fato de a empresa estar na lista do PND. “É realmente inaceitável que a Trensub não tenha saído ainda da lista de privatizações. Agora a gente vê mais um aumento de tarifa e isso obviamente dificulta a luta, porque o povo vê a tarifa aumentando e não se sente a disposição de lutar contra a privatização”, aponta.Na manifestação, também havia uma urna do Plebiscito Popular 2025, organizada por movimentos sociais em todo o país. Com ele, a população pode manifestar-se em relação aos temas do fim da escala 6×1 e sobre as modificações no imposto de renda, com a isenção para quem ganha até R$ 5 mil e o aumento da taxa para quem ganha acima de R$ 50 mil.“São duas pautas populares de grande apelo e que a gente precisa que a população participe, porque o resultado dessa votação vai ser entregue ao governo federal como instrumento de pressão pro governo Lula atender melhor a classe trabalhadora”, afirma Ronas Mendes. 

Foto: Marihá Maria/Sul21Fonte: Sul21

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