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12 de maio 2025

Maioria da população quilombola no RS vive em áreas rurais, aponta Censo 2022

Maioria da população quilombola no RS vive em áreas rurais, aponta Censo 2022 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (9), um novo recorte do Censo Demográfico 2022 com foco na população quilombola. A publicação “Censo 2022: Quilombolas – Principais características das pessoas e dos domicílios, por situação urbana ou rural do domicílio”, aponta que a maior parte da população quilombola do Rio Grande do Sul reside em áreas rurais.Com 17.552 pessoas autodeclaradas quilombolas, o estado possui a maior população quilombola da região Sul do Brasil. Deste total, 56,57% (9.930 pessoas) vivem em áreas rurais, enquanto 43,43% (7.622) estão em áreas urbanas. O RS apresenta um índice de quilombolas em áreas urbanas superior à média nacional, que é de 38,29%. Já a proporção em áreas rurais é menor que a do país, que é de 61,71%.A maioria dos quilombolas gaúchos, 85,09%, vive fora de territórios quilombolas. Entre esses, 54,07% estão em áreas rurais, enquanto os demais, 45,93%, vivem em áreas urbanas. Já entre aqueles que residem dentro dos territórios, 70,84% também estão no meio rural. O perfil etário reforça a concentração rural. A maior parte dos jovens entre 15 e 29 anos, assim como os idosos com 60 anos ou mais, vive em áreas rurais, tanto dentro quanto fora de territórios quilombolas.A população quilombola do RS apresenta uma idade mediana de 35 anos e um índice de envelhecimento de 82,69, ambos inferiores aos da população total do estado. A população quilombola que ocupa as áreas urbanas e dentro de territórios, apresenta idade mediana de 34 anos e índice de envelhecimento de 77,92, indicando uma população mais jovem nessas áreasO Censo também apresenta dados referente à taxa de alfabetização e analfabetismo da população. No estado, a taxa de alfabetização da população quilombola é de 90,26%, abaixo da média estadual de 96,89%. Na situação rural as taxas são ainda menores, fora dos territórios é registrado 87,54% e dentro dos territórios 87,13%. A taxa de analfabetismo dos quilombolas nas áreas rurais (12,54%) é o dobro que nas áreas urbanas (6,10%) e três vezes maior do que no total da população gaúcha (3,11%).Quanto ao registro de nascimento, no RS, entre a população quilombola, 99,78% das crianças de até cinco anos de idade foram registradas em cartório. As crianças quilombolas sem registro de nascimento eram apenas 2 (0,15%).Os dados destacam as principais características dos domicílios com ao menos um morador quilombola, considerando áreas urbanas e rurais. Ao todo, somando moradias dentro e fora de territórios quilombolas, a média foi de 2,8 moradores por domicílio, número inferior à média nacional, que é de 3,17 moradores.A principal fonte de abastecimento de água é a rede geral, presente em 58,81% dos domicílios quilombolas do estado. No entanto, o número varia conforme a localização: nas áreas urbanas fora dos territórios, o índice chega a 93,30%, enquanto nas zonas rurais cai para 36,11%. Sobre os banheiro, as menores proporções de moradores quilombolas com banheiro de uso exclusivo no domicílio estão entre moradores quilombolas nas áreas rurais (96,30%) e nos territórios em situação rural (97,83%).O Censo também contabilizou que, entre janeiro de 2019 e julho de 2022, ocorreram 584 óbitos em domicílios particulares com pelo menos um morador quilombola e a maioria ocorrido na área rural, com o registro de 323 óbitos, e fora de território quilombolas, com 266 óbitos.
Fonte: Sul 21 / Imagem: Isabelle Rieger/Sul21