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14 de outubro 2021

Justiça condena militares por mortes de músico e catador no Rio

Justiça condena militares por mortes de músico e catador no Rio Oito militares do Exército foram condenados pela morte do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo em 2019 no caso que ficou marcado por 80 tiros de fuzil terem atingido o carro que o cantor estava com a família. A decisão foi tomada na madrugada desta quinta-feira 14 pela juíza Mariana Aquino, do Tribunal de Justiça Militar, depois de 15 horas de julgamento. Outros quatro militares envolvidos no caso foram absolvidos. Os condenados são o tenente Ítalo da Silva Nunes, o sargento Fábio Henrique Souza Braz da Silva, o cabo Leonardo Oliveira de Souza e os soldados Gabriel Christian Honorato, Matheus Sant’Anna, Marlon Conceição da Silva, João Lucas da Costa Gonçalo e Gabriel da Silva de Barros Lins. A decisão prevê 28 anos de reclusão em regime fechado para todos os envolvidos, com exceção do tenente Nunes, condenado a 31 anos e seis meses. Evaldo Rosa dirigia o veículo em Guadalupe, zona norte do Rio de Janeiro, para levar a família até um chá de bebê quando se tornou alvo dos militares. Na ocasião, os oito condenados dispararam 257 tiros de fuzil contra o veículo, nove atingiram o músico e mais de 60 disparos acertaram o carro. O catador Luciano Macedo tentou prestar socorro ao músico e também foi alvejado pelos disparos.Durante o julgamento, a defesa dos militares chegou a acusar Macedo de ser o culpado pelas mortes. Sem apresentar provas, alegaram que o catador seria olheiro do tráfico de drogas no local e que ele e o músico teriam iniciado o ataque contra o pelotão. “Eu duvido que, se ele estivesse levantado os braços para se render, que estaria morto agora”, disse um advogado que representava os militares. A tese infundada não foi aceita. Os envolvidos seguem em liberdade até a decisão final do Superior Tribunal Militar que deverá ser tomada após todos os prazos de apelações e análises serem encerrados. Os oito condenados também serão expulsos da corporação após a confirmação da sentença.
Fonte: Carta Capital / Imagem: Canva