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21 de março 2023

Em seus 40 anos de redemocratização, Argentina sedia 3º Fórum Mundial de Direitos Humanos

Em seus 40 anos de redemocratização, Argentina sedia 3º Fórum Mundial de Direitos Humanos O 3° Fórum Mundial de Direitos Humanos acontece neste semana em Buenos Aires, na Argentina, com a presença de ativistas, políticos e militantes pelos direitos humanos de diversos países. A cerimônia de abertura marcou o início oficial do FMDH, na noite desta segunda-feira (20), no Centro Cultural Kirchner. O evento é organizado pelo Centro Internacional para a Promoção dos Direitos Humanos (CIPDH) da Unesco na Argentina.“Celebrar o 3º Fórum Mundial de Direitos Humanos aqui na Argentina tem um sentido muito especial para nós, porque o povo argentino fez dos direitos humanos uma verdadeira política de Estado”, disse o presidente Alberto Fernández, durante a cerimônia de abertura. O mandatário homenageou especialmente as Mães e as Avós da Praça de Maio, as primeiras a denunciar as desaparições de pessoas durante a ditadura militar no país. “Elas são as parteiras da nossa democracia; a elas, verdadeiras guardiãs da pátria, toda nossa gratidão. Hoje estão aqui presentes os 30 mil companheiros detidos-desaparecidos na Argentina", disse Fernández.“A democracia não é dada, é construída, e nós somos responsáveis pela construção democrática”, enfatizou o ganhador do Prêmio Nobel da Paz, o argentino Adolfo Pérez Esquivel durante a cerimônia de abertura. “Necessitamos da rebeldia cultural para mudar nosso país e o mundo”, disse, na mesa que também contou com o presidente Alberto Fernández, o secretário de Direitos Humanos Horacio Pietragalla, a diretora do CIPDH Fernanda Gil Lozano e a mãe da Praça de Maio da Linha Fundadora, Taty Almeida.Taty recebeu fortes aplausos todas as vezes em que foi mencionada por outros interlocutores no auditório lotado do CCK. Em sua fala, reforçou que a defesa dos direitos humanos depende de “não baixar os braços”. “E dizemos nós, ‘as loucas’”, disse, referindo-se a como a mídia costuma classificar as mulheres que se manifestavam na Praça de Maio para viabilizar os sequestros de seus familiares, “que, apesar das bengalas e das cadeiras de rodas, seguimos de pé.”Por sua vez, a diretora do CIPDH destacou o exemplo da Argentina em busca de justiça e memória desde a redemocratização, que cumpre 40 anos em 2023. “Há 40 anos, a Argentina tornou-se um modelo para o exercício da defesa dos direitos humanos e exemplo de difusão de políticas públicas que a fortalecem no plano mundial como país não pertencente ao norte rico”, enfatizou Lozano.Para a jornada de três dias de mesas e debates, estão presentes em Buenos Aires o ex-presidente boliviano, Evo Morales, e o ex-presidente do Equador, Rafael Correa. O Ministro de Direitos Humanos do Brasil, Silvio Almeida, chegará amanhã (22) ao país para uma exposição na mesa de altas autoridades intitulada "A luta dos povos pela dignidade nos novos contextos democráticos".As mesas de discussão com representantes de diversos países acontecerão em 4 sedes, sendo a principal a ex-Escola de Mecânica Armada (Esma), espaço de memória recuperado que funcionou como centro de detenção clandestina durante a última ditadura no país.Nesta terça, a jornada será concluída no final da tarde com um encontro no CCK organizado pelo Grupo Puebla, intitulado “Vontade popular e democracia: Do partido militar ao partido judicial, as ameaças à democracia”, que será encerrado pela vice-presidenta Cristina Kirchner.
Imagem: CanvaFonte: Brasil de Fato

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