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25 de março 2024

De 1º de abril a 8 de janeiro: marcha, vigília, caminhada e debates refletem sobre os 60 anos do golpe

De 1º de abril a 8 de janeiro: marcha, vigília, caminhada e debates refletem sobre os 60 anos do golpe A semana que começa terá mais eventos para rememorar os 60 anos do golpe civil-militar, que se completam no dia 1º. Entre os principais, estão a quarta edição da Caminhada do Silêncio, em São Paulo, e a Marcha da Democracia, que sairá do Rio de Janeiro para Juiz de Fora (MG), no caminho inverso aos dos golpistas de 1964 (confira abaixo).Mas já na próxima terça-feira (26), a CUT realiza debate em sua sede (no Brás, região central de São Paulo) para discutir “impactos ainda não resolvidos pelo Estado brasileiro”. Que desembocaram, por exemplo, nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Entre os convidados, estão o ministro de Direitos Humanos Paulo Vannuchi; o ex-deputado federal José Genoino; e o advogado de presos políticos e também ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh.

Crimes e desafiosA abertura do painel, às 14h, ficará sob responsabilidade de Genoino, que foi preso pela ditadura no início da Guerrilha do Araguaia, nos anos 1970. Além de discutir a atualidade dos crimes cometidos pela ditadura, ele falará sobre os desafios para os trabalhadores. A mesa se completa com Jana Silverman, professora de Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC).“Este passado sombrio de graves violações aos direitos políticos, sociais e econômicos da classe trabalhadora continua com operadores ativos na maioria das Forças Armadas, atuando em conluio com a extrema direita como se viu nos acampamentos em frente aos quartéis e na tentativa golpista de 8 de janeiro”, afirma a secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, Jandyra Uehara.

Para que não aconteça maisNo domingo que vem (31), será realizada mais uma Caminhada do Silêncio pelas Vítimas de Violência do Estado, com o lema “Para que não se esqueça, para que não continue acontecendo”. A concentração será diante da antiga sede do DOI-Codi de São Paulo (Rua Tutoia, 921, Vila Mariana), a partir das 16h. De lá, os manifestantes seguirão até o Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, no Parque Ibirapuera.A caminhada é organizada pelo Movimento Vozes do Silêncio, representado pelo Instituto Vladimir Herzog (IVH), o Núcleo de Preservação da Memória Política e a seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP). Tem apoio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. O evento faz parte do calendário oficial da cidade (Lei 17.886, criada a partir de projeto do então vereador Antonio Donato, do PT, hoje deputado).
Marcha da DemocraciaDo dia 31 para 1º, vários ônibus sairão do centro do Rio de Janeiro em direção a Juiz de Fora. Foi de lá que, em 1964, tropas lideradas pelo general Olímpio Mourão Filho, comandante da 4ª Região Militar, saíram para consolidar o golpe que dará início a 21 anos de ditadura.Estarão presentes famílias de vítimas do golpe, incluindo a do ex-presidente João Goulart, que morreu no exílio, em 1976. Jango receberá o título Honoris Causa da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A homenagem foi proposta pelo Instituto de Ciências Humanas (ICH) e aprovada por unanimidade pelo Conselho Superior da instituição, “como forma de reafirmar seu compromisso com a democracia”.
Autoritarismo, anistia e vigíliaOs eventos prosseguem no dia 2 de abril. O debate Golpe de 64 – autoritarismo e imaginário brasileiro terá a participação do professor José Eduardo Faria, da Universidade de São Paulo (USP), e do ativista Jair Krischke, presidente do Movimento Justiça e Direitos Humanos. E terá transmissão pelo site www.ihu.unisinos.br.No mesmo dia, a Comissão de Anistia, que na semana que passou fez suas primeiras sessões de 2024, se reunirá para discutir pelo menos dois temas emblemáticos. O colegiado deverá pedir desculpas, em nome do Estado, pela perseguição aos povos indígenas. A pauta também inclui o chamado Caso dos Nove Chineses, presos logo depois do golpe.Já no dia 4, a partir das 19h, o Centro Acadêmico XI de Agosto realiza “vigília cívica” em memória dos 60 anos do golpe. A manifestação será realizada na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, na região central de São Paulo.
Foto: ReproduçãoFonte: Rede Brasil Atual