Notícia SINASEFE IFSul

12 de abril 2023

China avança na regulação da IA. Estados Unidos e Europa estudam medidas

China avança na regulação da IA. Estados Unidos e Europa estudam medidas O governo da China divulgou hoje (11) propostas para regulamentar tecnologias de inteligência artificial (IA). O anúncio veio no mesmo dia em que a gigante do e-commerce Alibaba lançou sua ferramenta de chatbot, similar ao ChatGPT, da norte-americana OpenAI. O programa “conversa” com os usuários como se fosse um humano, ao mesmo tempo que tem acesso virtual à vastidão de conteúdos da internet.Pequim afirma que os aplicativos de inteligência artificial deverão passar por uma “avaliação de segurança” de uma agência reguladora local. O governo chinês afirmou que o objetivo da regulamentação é “o desenvolvimento saudável e a aplicação padronizada da tecnologia de IA generativa”.Os chineses competem diretamente no “mercado” da tecnologia de ponta com os norte-americanos, que dominam a IA no Ocidente, ao menos por enquanto. Enquanto isso, os demais países articulam mecanismos internos de controle. Na Europa, a primeira medida deve ser a imposição de um aviso da origem “artificial” em todo conteúdo criado por estas ferramentas.Até mesmo o governo dos Estados Unidos elevou o tom contra os chatbots. A administração do presidente Joe Biden deu 60 dias para que as agências nacionais, em parceria com o Congresso, apresentem ideias de legislações para conter eventuais abusos e externalidades que envolvam a IA. O periódico local The Wall Street Journal divulgou que o Departamento de Comércio do país registrou um pedido para que mecanismos de IA passem por um processo de certificação oficial.
Regulação da IA na EuropaA comunidade europeia também avança na regulação da IA. Após a Itália banir e estudar multas milionárias ao ChatGPT por violar a privacidade dos usuários, Alemanha, França, Irlanda e Espanha estudam medidas similares. Tramita, desde 2018, na Comissão Europeia, uma proposta de regulamentação sobre redes sociais e tecnologias de IA. Contudo, os países não conseguem chegar a um consenso e a matéria carrega milhares de emendas sob apreciação.Agora, autoridades locais querem apressar regras específicas sobre a IA. A ideia, em um primeiro momento, é obrigar que os conteúdos criados por estas ferramentas contenham um aviso específico. “Em tudo o que é gerado por inteligência artificial, seja texto – já todos conhecem o ChatGPT – ou imagens, haverá a obrigação de notificar que o conteúdo foi criado por inteligência artificial”, explicou o Comissário Europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton.
Controvérsias da IAEntre as principais críticas à IA está a falta de transparência. Os programas trabalham com a gestão de uma base de dados imensa. Através de algoritmos, estes mecanismos organizam estas informações e “aprendem” de acordo com a demanda dos usuários. Esta tecnologia, em resumo, é chamada de deep learning (aprendizado de máquina por redes neurais profundas).Desta forma, o programa organiza as informações na forma de respostas de uma forma lógica. Não há compromisso com a verdade, muito menos com a ética. Trata-se apenas de um encadeamento lógico de sentenças que leva o mundo a estudar a regulação da IA.Logo, existem riscos de uso malicioso, como por exemplo, para a criação de fake news, peças difamatórias e ataques sistemáticos contra pessoas, instituições e, por fim, a própria democracia. Estas são algumas das razões que levaram milhares de cientistas, empresários e historiadores a divulgarem uma carta para pedir a suspensão, por no mínimo seis meses, dos testes com tecnologias de IA generativa.
Fonte: Rede Brasil Atual / Imagem: Canva