Notícia SINASEFE IFSul

25 de junho 2021

Boicotada por Bolsonaro, vacinação teria evitado 112 mil mortes por covid-19

Um estudo produzido pela Rede Análise Covid-19 mostra que, pelo menos, 112 mil mortes causadas pela infecção poderiam ter sido evitadas, se o presidente Jair Bolsonaro não tivesse boicotado a vacinação, ignorando os imunizantes disponíveis desde o fim do ano passado. Os dados contemplam apenas o período entre 21 de fevereiro e 20 de junho deste ano e a estimativa equivale a 44% das 253.357 mortes ocorridas no período de 120 dias.A Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado (CPI) da Covid investiga se esse boicote foi premeditado para favorecer uma compra suspeita de vacinas Covaxin, mais caras que todas as demais e que até hoje não tiveram os resultados completos dos testes de eficácia apresentados.O estudo chegou ao número de 112 mil mortes que teriam sido evitadas se Bolsonaro não boicotasse vacinação a partir de comparações dos óbitos registradas no Brasil com os registrados na Argentina, Chile, Equador e União Europeia. O objetivo, segundo os coordenadores, foi estimar a quantidade de mortes que poderiam ter sido evitadas no Brasil, caso fosse adotado um conjunto de medidas sanitárias semelhantes às daqueles países, o que inclui vacinação em massa.Quando a comparação considera somente os três países sul-americanos, o estudo aponta que o número de mortes que poderiam ter sido evitadas cairia para cerca de 83 mil, o que equivale a quase 700 óbitos evitáveis diariamente no Brasil, em quatro meses. Chile e Argentina começaram a vacinação ainda em dezembro de 2020. E o Equador iniciou três dias depois do Brasil.O estudo destaca que a primeira dose de vacina aplicada no mundo foi a da Pfizer, no Reino Unido, em 8 de dezembro de 2020. No Brasil, a primeira dose foi aplicada somente 40 dias depois, em 17 de janeiro de 2021, com a CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac, em colaboração com o Instituto Butantan. Porém, o governo Bolsonaro recebeu dezenas de ofertas do imunizante da Pfizer, mas ignorou todas durante dez meses. Somente em 6 de maio desse ano, o Ministério da Saúde fechou contrato com a farmacêutica.“O fracasso brasileiro no controle da pandemia é patente desde seu início, mas recentemente foi agravado pela insuficiente vacinação. Principalmente a vacinação em massa com maior celeridade, (junto com) o foco em ações consistentes de educar a população sobre como se portar, a não disseminação de informações sobre medidas farmacológicas sem evidências e o consenso de efetividade no combate à covid-19, certamente impediriam perdas de vidas”, destacam os pesquisadores.
Fonte: Rede Brasil Atual / Imagem: Reprodução Redes Sociais