Neste sábado (08/03) o mundo celebra o Dia Internacional das Mulheres. O SINASEFE reafirma sua luta pela vida de todas as mulheres, em defesa da democracia, por trabalho digno, pela legalização do aborto, por reparação, bem viver e contra o fascismo e o racismo. Leia a nota completa da Coordenação de Política para as Mulheres:Mulheres em defesa da democracia, por trabalho digno, legalização do aborto, reparação e bem viver! Contra o fascismo e o racismo!No ano em que se completa uma década da Primavera Feminista, movimento social que levou milhares de mulheres às ruas e às redes para denunciarem os assédios sofridos, bem como o enfrentamento às propostas conservadoras que impediam a garantia do direito ao aborto, como o Projeto de Lei (PL) 5069/2013, de autoria do então deputado Eduardo Cunha, o mês de março chega com a tarefa de reafirmar a importância que o Movimento Feminista tem no processo de resistência e luta aos retrocessos vividos pelas mulheres, sobretudo no último período histórico, atravessado por tentativas golpistas da extrema-direita em romper com a democracia brasileira.A Coordenação de Políticas para Mulheres, compreendendo os desafios postos, mas ressaltando nossa responsabilidade no protagonismo de combate ao machismo, no fortalecimento da construção da unidade com os movimentos sociais, além da necessidade de hierarquizar a luta contra a extrema-direita como horizontes da nossa construção para o 8 de Março (8M) e as lutas das mulheres no mês de março, lança essa nota para subsidiar as construções do SINASEFE, no âmbito das ações relacionadas ao tema. A partir do horizonte do movimento de mulheres, organizado nacionalmente, entendemos que a centralidade dos debates deve ser pautada por temáticas que atravessem o mote das mulheres: em defesa da democracia, por trabalho digno, pela legalização do aborto, pela reparação e bem viver, sobretudo na luta contra o fascismo e as diversas formas de preconceito e discriminação. Esse mote ganha urgência na atual conjuntura, sobretudo após a eleição de Donald Trump, que visa não apenas impulsionar o avanço do fascismo e da ofensiva da extrema direita, mas também implementar políticas que são xenofóbicas, misóginas, racistas e transfóbicas e atacam os direitos e garantias sociais da classe trabalhadora. Soma-se a isso a necessidade de exigir prisão aos golpistas e repudiar qualquer tentativa de conceder anistia a eles, além de fazermos a defesa intransigente da democracia e do respeito aos direitos humanos, em um contexto que tem mobilizado nosso sindicato a lutar pelo cumprimento dos termos dos acordos da greve de 2024. Frente ao cenário, compreendemos a necessidade de radicalizarmos os debates que versam sobre as condições de vida das mulheres, entendendo que somos a maioria da população e que vivenciamos, muitas vezes trabalhos precarizados, com duplas e triplas jornadas, atreladas aos cuidados e responsabilidades com as nossas casas e com as nossas famílias. Dessa forma, o nosso horizonte de lutas aponta para a importância de exigirmos a socialização do trabalho doméstico, a urgência do Estado em arcar com políticas sociais para geração de emprego e renda, além de equipamentos públicos, como creches e restaurantes populares. Ainda nos mostra a urgência de revogação da reforma trabalhista e combate à precarização do trabalho, com o fim da escala 6×1 e a revisão das tabelas de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000,00. No âmbito da importância do nosso papel para enfrentarmos o avanço da extrema-direita, o mês de março nos afirma a necessidade de garantirmos os direitos sexuais e reprodutivos a todas as pessoas que gestam, além do fortalecimento dos nossos trabalhos de base e de organização das mulheres nas diversas estruturas e territórios em que nos incidimos enquanto classe trabalhadora, tendo em vista a vivência e latência de expressões da precarização da vida e do trabalho, como o adoecimento físico e mental, o endividamento, a violência em suas distintas facetas, como os assédios e feminicídios, a eliminação de formas de escravidão contemporânea, o genocídio da população negra e dos povos originários, dentre outros. No que tange especificamente às servidoras federais da Educação Básica, Técnica e Tecnológica é indispensável aprofundarmos o debate sobre as condições de trabalho e participação das mulheres na gestão dos institutos e demais escolas da Rede Federal. Embora o discurso sobre igualdade de condições e acesso a espaços dentro do serviço público ainda seja predominante, as duplas e triplas jornadas de trabalho a que as servidoras federais, assim como quaisquer outras mulheres trabalhadoras, são submetidas dificultam a formação continuada que garante acesso às funções e cargos de gestão. Em um ambiente profunda e historicamente masculino e machista, a falta de formação fecha portas, o que por sua vez impede que grande parte das servidoras tenham oportunidade de adquirir experiência na gestão, alimentando um círculo vicioso onde mulheres têm poucas oportunidades de contribuir para o desenvolvimento de políticas educacionais e administrativas em seus ambientes de trabalho. Soma-se a isso uma realidade de assédio moral e, muitas vezes, sexual a que nós, servidoras federais, estamos diariamente submetidas e constrói-se a realidade de adoecimento e desvalorização das mulheres em nossa Rede. Quanto a isso, é primordial que lutemos por políticas públicas que busquem garantir oportunidades de formação e acesso de mulheres aos cargos e funções de gestão, bem como garantir um ambiente de trabalho seguro, digno e garanta a saúde física e mental das trabalhadoras da educação federal. Diante do exposto, a Coordenação de Políticas para Mulheres defende que o SINASEFE e suas seções encampem processos que construam a unidade em torno da organização e luta das mulheres, sobretudo no âmbito da melhoria das suas condições de trabalho, de carreira, de participação social e de vida. É basilar que façamos a construção e o incentivo para a realização de ações que permitam ampliar a igualdade e equidade de direitos, de poder e de oportunidades de participação na vida pública e política.SINASEFE pela vida das mulheres! Coordenação de Política para as Mulheres do SINASEFE(Flávia Cândida do N. de Souza e Grazielle Nayara Felício Silva) Baixe aqui a nota acima (formato PDF, 2 páginas). Fonte: Sinasefe Nacional