Ontem, 13 de maio, comemorou-se o dia da abolição da escravatura no Brasil, um dia para ser lembrado como um marco do fim oficial da escravidão, que só foi possível devido ao sangue, suor e lutas intensas protagonizadas por pessoas negras escravizadas e libertas, intelectuais, ativistas, jornalistas, políticos, religiosos e movimentos sociais. Não foi um ato de “bondade” da monarquia, concedido pela caneta da princesa Isabel, mas sim fruto de pressão social, resistência e enfrentamentos, principalmente liderados por Dandara, Luísa Mahin e incontáveis outros que o Brasil insistiu em desumanizar.O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão. Durante séculos, vidas negras foram exterminadas e exploradas. E não foram apenas pessoas negras, parte da população indígena também sofreu com a escravização e a violência.Reforçamos a lembrança dessa história porque ela ainda se repete e não pode continuar fazendo parte do nosso presente, nem do nosso futuro. Infelizmente, de uma maneira ou de outra, negras, negros, indígenas e quilombolas ainda são açoitados no Brasil de hoje, pelas mãos da violência, da desigualdade, do racismo estrutural, da discriminação e dos preconceitos.Essa data não é marco de liberdade concedida, mas horizonte na luta por reparação histórica – uma dívida que o Estado brasileiro tem com o povo negro e os povos originários. Nossa memória é arma, e nossa luta, permanente.Que essa data nos traga uma reflexão profunda, sobre um passado que jamais deveria ter existido e que é inaceitável que ainda perdura na contemporaneidade. Texto escrito pelo plantão da Direção Nacional e pela secretária-adjunta de políticas étnico-raciais Fonte: Sinasefe Nacional