Notícia SINASEFE IFSul

17 de janeiro 2020

Marighella estreia em 14 de maio. "Esquecimento é amigo da barbárie"

A história que muitos não querem que seja conhecida finalmente ganha data de estreia nos cinemas. Marighella, o filme, vai estrear no dia 14 de maio. Para chegar no circuito, a obra teve de passar por ataques e tentativas de censura, especialmente do governo de extrema-direita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Hora de encher os cinemas do Brasil. O esquecimento é amigo da barbárie. O conformismo é a morte”, disse Mário Magalhães, escritor do livro que deu origem ao filme.O filme é o primeiro trabalho de Wagner Moura como diretor e já contou com algumas pré-estreias em festivais, sendo aplaudido de pé em Berlim no ano passado. A biografia escrita por Mário Magalhães, Marighella: O homem que incendiou o mundo, retrata os últimos cinco anos de Carlos Marighella, líder revolucionário, guerrilheiro, escritor e político assassinado pela ditadura civil-militar (1964-1985) em 1969. Nas telas, Seu Jorge retrata o personagem principal e contracena com Adriana Esteves, Bruno Gagliasso, Humberto Carrão, entre outros.
CensuraMarighella foi planejado para estrear nos cinemas no dia 20 de novembro, por conta do Dia da Consciência Negra. Entretanto, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) impôs uma série de condições para o lançamento da obra, o que impediu a estreia em 2019. “É este o filme que não consegue estrear no Brasil. É esta a história que não querem que seja conhecida. É este o personagem que pretendem condenar ao esquecimento”, disse Mário Magalhães na ocasião, denunciando a censura.Intimidação e censura contra o cinema nacional são práticas corriqueiras em um Brasil sob a sanha ultraconservadora da extrema-direita. Ataques de Bolsonaro e de pessoas ligadas ao governo são constantes e ferozes. A Cultura, ao lado da Educação, foram escolhidas como inimigas do bolsonarismo. No início da semana, após o documentário Democracia em Vertigem, da cineasta Petra Costa, ser indicado ao Oscar, Bolsonaro não perdeu tempo. “É para quem gosta do que o urubu come”, disse. Na mesma fala, reconheceu que não assistiu ao filme.
Durante a ditadura civil-militar, Marighella foi a metonímia do inimigo da vez. Rotulado pelo delegado Lucio como “inimigo público número um”, o revolucionário foi amplamente atacado pela imprensa e setores conservadores. A ação de Marighella foi radicalizada conforme a ditadura mostrava mais suas garras opressoras. Nascido em 1911, atuou durante anos no PCB, o Partidão, com quem rompeu durante a ditadura para fundar a Ação Libertadora Nacional (ALN).
Fonte: Sul21

Tags relacionadas: