Notícia SINASEFE IFSul

28 de junho 2019

Manifestação do Sinasefe-IFSul frente à atual conjuntura de bloqueio de recursos para as instituições federais de ensino

O SINASEFE-IFSul vem a público manifestar sua posição frente à atual conjuntura de bloqueio de recursos para as instituições federais de ensino, medida esta realizada pelo Governo Federal, que, no âmbito do IFSul, representou 37,1% de corte no custeio e 62,4% de corte no investimento em relação ao orçamento previsto para 2019. Em primeiro lugar deixamos claro que qualquer desperdício de recurso público há de ser combatido, mas sempre alertando a importante distinção entre o que é despesa inútil – censurável – e o que é investimento – desembolso útil.Neste sentido, importante citar o desempenho de estudantes do ensino médio de institutos federais e escolas de aplicação das universidades federais, o qual fez com que estas instituições federais de ensino ficassem entre as dez melhores escolas em 12 estados do país, comprovando que, sim, o investimento de recursos implica em bons resultados1. Assim, não podemos cair no erro de adequar nosso funcionamento ao recurso financeiro disponibilizado. A tomada desta atitude não estará fazendo outra coisa senão precarizar nosso ensino, pesquisa e extensão.Aqueles que o fizerem que estejam conscientes deste fato, pois não há como negar os impactos negativos em nossa qualidade provocados pela contenção ou suspensão de despesas (aquisição de materiais de consumo e equipamentos, projetos e bolsas de pesquisa/extensão/ensino/monitorias, redução nos contratos de prestação de serviços, auxílio à participação em eventos, apoio financeiro à qualificação e visitas técnicas, obras e instalações, etc.). Outro erro é não perceber que o sucateamento da infraestrutura, incluindo a limpeza, invariavelmente também resulta no sucateamento do ensino, pois já se demonstrou o reflexo que a estrutura física do ambiente e as condições de trabalho produzem sobre a qualidade do ensino e do resultado apresentado pelos estudantes. Por isso, nossa seção sindical defende a idéia de que os câmpus e a reitoria não implementem ajustes em suas ações em prol da simples manutenção do seu funcionamento. Afinal, para funcionar basta abrir as portas da instituição, mesmo que em seu interior reste pouco a oferecer. É isso que não podemos deixar acontecer.Assim, o SINASEFE-IFSul defende e luta pela oferta de uma educação pública e gratuita, mas que nunca abra mão da qualidade – o que demanda alocação de recursos, investimento. Enfim, só com uma educação de qualidade é que, verdadeira e efetivamente, estaremos ampliando as possibilidades de inclusão e desenvolvimento social de nossos estudantes (o contrário não passa de faz de conta e demagogia). Junho, 2019.1. Nestes estados (AL, AM, AP, ES, MA, MG, MT, PI, RN, RO, RR e RS) há sempre mais de uma unidade federal entre os dez primeiros colocados no Enem 2018, mesmo incluída a rede particular. No Rio Grande do Sul tivemos o seguinte resultado: em 5º o Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (UFSM), em 7º o IFRS - Campus Caxias do Sul, em 8º o IFRS - Campus Bento Gonçalves e em 9º o IFSUL- Campus Pelotas. A unidade pública mais bem colocada no Enem 2018 foi a Escola de Aplicação Coluni da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, com uma média de 708,05 na parte objetiva ela ficou em 5º lugar considerando todas as escolas do país com notas calculadas. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/06/escolas-federais-atingidas-por-bloqueio-de-recursos-ficam-na-elite-do-enem.shtml (acessado em 21/06/2019).