Notícia SINASEFE IFSul

16 de agosto 2019

Contra política ambiental de Bolsonaro, Noruega congela repasses ao Fundo Amazônia

A gestão de Jair Bolsonaro (PSL) perdeu mais um aliado do Brasil na preservação da Floresta Amazônica. Após a Alemanha congelar repasses ao Fundo da Amazônia, a Noruega anunciou nesta quinta-feira (15) o bloqueio de um repasse de R$ 134 milhões. O país nórdico é o maior financiador do Fundo criado em 2008, tendo sido responsável por 94% dos R$ 3,4 arrecadados até hoje.O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, explicou que a decisão foi tomada após o ministério do Meio Ambiente extinguir o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) e centralizar as decisões sobre aplicação dos recursos.O ministro Ricardo Barros planeja ainda reduzir o número de conselheiros de 24 para sete, priorizando o governo federal na composição e excluindo representantes da sociedade civil.A Noruega entende que a manobra do governo brasileiro compromete a transparência e a eficiência do Fundo. "Eles não poderiam fazer isso sem um acordo com a Noruega e a Alemanha", declarou o ministro Elvestuen.
Devastação da AmazôniaDurante os primeiros meses da gestão Bolsonaro, a destruição da maior floresta tropical do mundo tem batido recordes.Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostraram que as áreas com alerta de desmatamento na Amazônia aumentaram 278% em julho deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2018. Em junho, o aumento foi de 88%.Empoderados pelas declarações do mandatário contra as políticas de preservação da Amazônia, fazendeiros paraenses promoveram um "dia do fogo" ao longo da BR-163, no sudoeste do Pará.No sábado (10) a principal cidade da região, Novo Progresso, teve 124 registros de focos de incêndio, aumento em 300% em relação ao dia anterior. No domingo, foram 203 casos. Outra cidade bastante atingida foi Altamira, com 194 casos no sábado e e 237 no dia seguinte.“Precisamos mostrar para o presidente que queremos trabalhar e único jeito é derrubando", afirmou um dos organizadores a um jornal local.

Governo faz chacotaO ministro do Meio Ambiente Ricardo Barros atacou a atitude da Noruega durante audiência pública no Senado, na semana passada, chamando noruegueses de hipócritas por questionarem a permissividade do governo Brasil em relação à destruição da floresta enquanto, segundo Barros, permite a exploração de petróleo no Ártico e a caça de baleias.Na quarta (14), o autointitulado "capitão motossera", Jair Bolsonaro, também diminuiu a importância da ajuda alemã. "Eu queria até mandar um recado para a senhora querida Angela Merkel, que suspendeu US$ 80 milhões para a Amazônia. Pegue essa grana e refloreste a Alemanha, ok? Lá está precisando muito mais do que aqui", afirmou o mandatário.
Fonte: Brasil de Fato 

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