Notícia SINASEFE IFSul

5 de dezembro 2019

Contra o pacote de maldades do governo Leite, milhares ocupam as ruas de Pelotas

Milhares de trabalhadores e estudantes tomaram as ruas de Pelotas na última terça-feira, 3, contra o pacote de maldade do governador Eduardo Leite e em apoio aos trabalhadores da educação do estado, que estão em greve desde o dia 18/11. A manifestação, convocada pelo CPERS sindicato, recebeu o apoio de diversas categorias e do movimento estudantil, lotando o Largo Edmar Fetter, em frente ao Mercado Público de Pelotas. O Sinasefe-IFSul, juntamente com as demais entidades que compõe a frente ampliada em defesa da educação na região sul, auxiliou na organização e participou do movimento. A presidente do CPERS, Helenir Schürer, respondeu às críticas e tentativas do governo de amenizar o movimento. “Nós estamos fazendo história. Eduardo Leite subestimou a nossa força, mas somos do tamanho do Rio  Grande. Somos dezenas de milhares e representamos milhões de gaúchos. Somos o presente e também o futuro do estado. Tenho certeza de que esta greve será vitoriosa”, afirmou a líder da categoria.Após falas de lideranças do CPERS, estudantes e das categorias que apoiaram o movimento, os manifestantes saíram em marcha pelo centro de Pelotas. A caminhada passou em frente à EEEF Ondina Cunha, ameaçada de fechamento pelo governo. Na ocasião, os manifestantes deram um abraço simbólico ao prédio, hoje um símbolo da situação de abandono da educação estadual no município de Pelotas. O CPERS Sindicato estima que aproximadamente 10 mil manifestantes participaram da mobilização em Pelotas. No final da tarde, o movimento foi encerrado em frente ao Mercado Público, quando a presidente do CPERS convocou a todos para uma nova assembleia pública, em Porto Alegre, na próxima semana. O objetivo é reunir mais de 30 mil pessoas, na última assembleia, que acabou com a violenta intervenção da polícia, estima-se que mais de 20 mil pessoas lotaram a Praça da Matriz, na capital gaúcha. A manifestação foi considerada mais um momento de extrema importância para esta que tem sido uma Greve histórica para a categoria. Além dos trabalhadores da educação estadual de Pelotas e das entidades que apoiaram o movimento na região, caravanas de todo o estado vieram para somar forças ao protesto. O movimento ocorre apenas uma semana após o governo de Eduardo Leite publicar a Portaria 289/2019, de Reorganização curricular do Ensino Fundamental e Médio das escolas estaduais. Na prática, a portaria diminuiu a carga horária das disciplinas das escolas públicas e foi recebida com surpresa por educadores e estudantes. 
Entenda da Greve:Os trabalhadores da educação do estado estão em Greve desde o dia 18 de novembro, em resposta ao pacote de medidas enviado pelo governador Eduardo Leita à Assembleia Legislativa. Após quase cinco anos de parcelamento e atraso no pagamento dos salários, o governo tenta, agora, uma reestruturação da Previdência e das carreiras do funcionalismo público. São oito projetos, sendo uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), um Projeto de Lei (PL) e seis projetos de lei complementar (PLC). Todos os projetos foram protocolados em regime de urgência, exceto a PEC, que tem tramitação diferenciada e exige votação em dois turnos. O regime de urgência exige a tramitação e votação em plenário em prazo de 30 dias após a realização do protocolo. Como as sessões plenárias ocorrem apenas nas terças, quartas e quintas-feiras, a data prevista para votação destas matérias seria a partir de 17 de dezembro. Já a PEC tem prazo mínimo de 45 dias para votação, e deve ser apreciada apenas no início de 2020.