Notícia SINASEFE IFSul

13 de setembro 2019

Bancários fazem atos em defesa da Caixa e do FGTS

Trabalhadores da Caixa Econômica Federal realizam atos em todo o país nesta sexta-feira (13) para denunciar os ataques que o banco vem sofrendo. O Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% Pública marca o aniversário de 53 anos do FGTS, e coincide com o primeiro dia dos saques de até R$ 500 liberados pelo governo. Na mobilizações, os bancários também orientam a população sobre as formas e condições para acessar os recursos, bem como os riscos desse tipo de política para o futuro do fundo.Segundo os trabalhadores, os saques do FGTS implicarão no aumento do atendimento, e hoje a rede de agências conta com 17 mil empregados a menos do que havia em há cinco anos, devido aos diversos planos de aposentadoria incentivada promovidos nos governos Temer e Bolsonaro, que aprofundou as políticas do governo anterior.O atual governo também anunciou que pretende acabar com o “monopólio” da gestão da Caixa nas contas do FGTS. Para o o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, Dionísio Reis, seria um “crime” voltar a pulverizar as contas dos trabalhadores nos bancos públicos, como ocorria antes de 1992, quando houve a centralização da administração.Criado em 1966, o FGTS nasceu como uma alternativa a estabilidade, que era adquirida após o empregado completar dez anos numa mesma empresa. A cada mês, o empregador deposita 8% do salário bruto em conta no nome do trabalhador. Ele recebe o montante poupado no momento da aposentadoria, ou se for demitido sem justa causa. Os recursos do fundo também podem ser usados para a compra da casa própria.

DesmonteAlém do esvaziamento do fundo e das propostas de mudança no modelo de gestão, o coordenador também denuncia outros ataques que a Caixa vem sofrendo, como a venda de ativos estratégicos mais rentáveis – como as ações da Petrobras e do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) –,  a tentativa de privatizar as loterias instantâneas (Lotex), que hoje financiam programas nas áreas da educação, esporte, cultura, segurança e saúde, e também a venda dos setores de seguro e cartões do banco.Tudo isso, segundo ele, é para reduzir a concorrência com o setor privado, prejudicando o conjunto da população. Ele diz que a atuação do bancos públicos serve para pressionar o setor privado a reduzir os juros e tarifas cobradas pelo outros bancos. “Não adianta o Banco Central reduzir a Selic. Eles só diminuem quando a Caixa e o Banco do Brasil reduzem as suas taxas”.
PrivatizaçãoPara Reis, esses ataques preparam terreno para uma futura tentativa de privatização, mesmo com 67% da população se manifestando contra, segundo o Instituto Datafolha. “No futuro, sem a gestão do FGTS, sem as partes mais rentáveis, a Caixa vai virar um simples departamento estatal, servindo de justificativa, inclusive, para um processo de privatização. A atual direção está desinvestindo inclusive no marketing para reduzir a força da imagem do banco.Ainda assim, a Caixa é referência para a população, tendo sido eleita, no ano passado, a marca mais lembrada pelos brasileiros quando pensam em poupança.  “Nenhum outro banco tem a capilaridade da Caixa, que está em todos os municípios do país. Quando não tem agência, tem uma lotérica. A Caixa está presente, por exemplo, nas cidades ribeirinhas da Amazônia com as agências-barco. Nenhum outro banco tem.”
Fonte: RBA